Essa semana iniciamos a segunda parte dos eventos olímpicos: as Paralimpíadas de Paris. Esses Jogos Olímpicos foram idealizados para atender as demandas sustentáveis necessárias para garantir um evento que gerassem um menor impacto negativo ao meio ambiente. Os resultados serão calculados no final das Paralimpíadas, porém muitas dessas atitudes sustentáveis já foram divulgadas e nem todas receberam o apoio dos atletas, comitês olímpicos e usuários das mídias sociais.
Desde a sua escolha como cidade olímpica, Paris e o governo francês declararam que 2024 seria conhecida como as “Olímpiadas da Sustentabilidade”. Para isso, muito estudos foram realizados a fim de permitir que a logística do evento interferisse menos no meio ambiente local e que a construção da infraestrutura necessária para tal evento obtivesse o menor nível de pegada de carbono possível.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou muitas dessas ações em seu site oficial, por exemplo: uso de energia solar e/ou eólica em locais de competição; redução do uso de plástico com incentivo ao uso garrafas reutilizáveis; aumento no número de bebedouros pela cidade e nos locais de competição; cenários das cerimônias de abertura e encerramento mais ecológicos; e redução do uso de plástico em consequência do uso de objetos feitos com plástico reciclado, como por exemplo, os pódios olímpicos.
Outras medidas tomadas com a finalidade de reduzir o impacto ecológico de um evento de grande porte não foram tão bem aceitas. O caso do medalhista olímpico dos 100m costas, o italiano Thomas Ceccon, que optou por dormir em meio ao gramado da Vila Olímpica de Paris por não suportar o calor dos alojamentos não climatizados, foi um exemplo de grande repercussão sobre esse assunto. A escolha em não climatizar os alojamentos foi questionada por vários comitês olímpicos, inclusive o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que divulgou ter custeado a compra e instalação desses equipamentos nos alojamentos brasileiros visando o bem-estar dos atletas na competição. Outra medida muito questionada foi o insucesso do programa de despoluição do Rio Sena, que ocasionou a mudança das datas de prova e relato de alguns atletas com complicações de saúde relacionadas à qualidade da água do local.
Apesar dos acontecimentos acima, não podemos diminuir ou invalidar essa importante iniciativa francesa de tornar o evento mais sustentável possível. Segundo o site oficial dos Jogos Olímpicos, “Paris 2024 estabeleceu como objetivo reduzir pela metade a pegada de carbono dos Jogos em comparação com a média de Londres 2012 e Rio 2016, ou seja, o equivalente a 3,5 milhões de toneladas de CO2". Foi um objetivo audacioso e desafiador que, mesmo que não seja atingido em sua totalidade, trouxe para discussão a possibilidade em se pensar um grande evento de forma mais sustentável. Agora vamos apreciar as Paraolimpíadas 2024 e torcer para nossos atletas! Que as olímpiadas em Los Angeles 2028 sejam ainda mais sustentáveis! O planeta agradece!